PAINÉIS MONOLÍTICOS DE EPS SÃO REGULAMENTADOS PELO MINISTÉRIO DAS CIDADES

O PRODUTO E AS PAREDES CONSTRUÍDAS COM PAINÉIS MONOLÍTICOS DE POLIESTIRENO EXPANDIDO (EPS) ESTÃO CONTEMPLADOS COM UMA DIRETRIZ ESPECÍFICA DO SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO TÉCNICA (SINAT)

13/06/2019 – HOSANA PEDROSO

 

O sistema do Grupo Isorecort foi submetido a diversos ensaios (foto:
divulgação/Grupo Isorecort)

 

O Ministério das Cidades, através do seu Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), mantém o Sistema Nacional de Avaliação Técnica (SiNAT). Esse sistema está voltado para regular sistemas e produtos que, por serem inovadores, ainda não contam com normas técnicas prescritivas nacionais.

 

“As Diretrizes do SiNAT são documentos que orientam a avaliação técnica, mas também servem para orientar a elaboração de projetos, a construção e os respectivos controles da qualidade”, diz a pesquisadora Luciana Alves de Oliveira, responsável pelo Laboratório de Componentes e Sistemas Construtivos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). É o caso dos painéis monolíticos de poliestireno expandido (EPS) [1].

 

“AS DIRETRIZES DO SINAT SÃO DOCUMENTOS QUE ORIENTAM A AVALIAÇÃO TÉCNICA, MAS TAMBÉM SERVEM PARA ORIENTAR A ELABORAÇÃO DE PROJETOS, A CONSTRUÇÃO E OS RESPECTIVOS CONTROLES DA QUALIDADE”, LUCIANA ALVES DE OLIVEIRA


A diretriz SiNAT compreende os ensaios de caracterização do painel de EPS e o de desempenho (foto: divulgação/Grupo Isorecort)


Datada de julho de 2014, a diretriz SiNAT aborda as paredes, moldadas no local, constituídas por componentes de poliestireno expandido (EPS), aço e argamassa, microconcreto ou concreto. A pesquisadora explica que o documento prevê dois tipos de ensaios: o de caracterização do painel de EPS e o de desempenho.


As principais características dos materiais e componentes que constituem as paredes são apuradas mediante ensaios que respondem a dez requisitos:

  • Caracterização da face do painel;
  • Espessura do painel;
  • Classificação quanto ao uso de retardante a chamas;
  • Massa específica aparente;
  • Tensão por compressão com 10% de deformação;
  • Resistência mínima à flexão;
  • Absorção de água;
  • Absorção de água total;
  • Permeabilidade ao vapor d’água;
  • Coeficiente de condutibilidade térmica máxima.


Painéis monolíticos de EPS do Grupo Isorecort durante teste na Universidade Federal do Paraná (UFPR) (foto: divulgação/Grupo
Isorecort)


“Já os ensaios de desempenho são feitos com a parede montada à luz da NBR 15.575-4(2013) – Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas – SVVIE”, acrescenta Oliveira. Esses ensaios avaliam o comportamento das paredes com painéis monolíticos de EPS e são os seguintes:


  • Verificação da capacidade de suporte para as peças suspensas;
  • Verificação da resistência a impactos de corpo mole em paredes internas e externas;
  • Verificação da resistência a impactos de corpo duro em paredes internas e externas;
  • Determinação da estanqueidade à ação da água em paredes;
  • Resistência à ação de calor e choque térmico (paredes);
  • Verificação das ações transmitidas por impactos de corpo mole em portas;
  • Verificação das ações transmitidas por portas – fechamento brusco;
  • Ensaio de compressão centrada em painéis;
  • Determinação da resistência ao fogo.


O ensaio de desempenho do sistema é realizado com base na NBR 15.575-4
(foto: divulgação/Grupo Isorecort)


A Diretriz geralmente orienta que as interfaces entre sistemas sejam consideradas. Além disso, os detalhes construtivos de projeto devem ser desenvolvidos para solucionar as interfaces. A pesquisadora cita, por exemplo, como considerar as instalações hidráulicas e de gás, e como é feita a fixação de esquadrias nos painéis de EPS.


“Conceitualmente, cabe ao detentor do sistema construtivo fazer as avaliações técnicas, que são compostas de análises de projetos, simulações, ensaios etc. Tal avaliação deve ser encaminhada à construtora, que será responsável pelos ensaios de controle da qualidade”, explica Oliveira.


“CONCEITUALMENTE, CABE AO DETENTOR DO SISTEMA CONSTRUTIVO FAZER AS AVALIAÇÕES TÉCNICAS, QUE SÃO COMPOSTAS DE ANÁLISES DE PROJETOS, SIMULAÇÕES, ENSAIOS ETC. TAL AVALIAÇÃO DEVE SER ENCAMINHADA À CONSTRUTORA, QUE SERÁ RESPONSÁVEL PELOS ENSAIOS DE CONTROLE DA QUALIDADE”, LUCIANA ALVES DE OLIVEIRA


O Grupo Isorecort [2] submeteu os seus painéis monolíticos de EPS (chamado Monopainel®) a todos os ensaios pertinentes no Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Instituto Lactec), sediado na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os laudos serão divulgados em breve, inclusive os dos ensaios de comportamento do sistema às chamas, que estão sendo realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

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