SOLUÇÃO QUE LEVA O EPS EM SEU NÚCLEO FOI SUBMETIDA A DIVERSOS TESTES E CONQUISTOU RESULTADOS BASTANTE SATISFATÓRIOS, ATINGINDO AS EXPECTATIVAS E ATÉ SUPERANDO-AS
O produto foi submetido a oito ensaios (foto: divulgação/Grupo
Isorecort)
Sempre que um novo produto chega ao mercado, seu desempenho precisa ser aferido com a realização de ensaios laboratoriais. Mais do que verificar a eficiência e eficácia da solução frente aos diferentes tipos de aplicação, os testes atendem à diretriz do Ministério das Cidades. A comprovação da qualidade também torna mais segura a decisão de construtoras e projetistas na especificação do material.
A construção civil pode agora empregar os painéis monolíticos com núcleo de poliestireno expandido (EPS) em suas obras, apoiando-se nos laudos técnicos elaborados após conclusão de diversos ensaios.
Iniciativa do Grupo Isorecort, os testes aconteceram nos laboratórios do Instituto Lactec e trouxeram respostas positivas. “Todos os resultados que obtivemos foram muito bons, com a solução sendo aprovada em 100% dos casos”, ressalta o engenheiro Denilson Rodrigues, consultor técnico da empresa.
“TODOS OS RESULTADOS QUE OBTIVEMOS FORAM MUITO BONS, COM A SOLUÇÃO SENDO APROVADA EM 100% DOS CASOS”, DENILSON RODRIGUES
Segundo o profissional, foram realizados oito ensaios — todos com os laudos já disponíveis. “Foi comprovado que o desempenho do painel está dentro do que imaginávamos e, em alguns quesitos, até acima”, diz. De acordo com as diretrizes vigentes, esse tipo de material só pode ser usado de maneira autoportante (como elemento estrutural, dispensando o uso de vigas e pilares) para edificações de, no máximo, dois pavimentos. No entanto, os resultados do ensaio mostraram que ele poderia ser aplicado além disso, graças a sua resposta em relação às solicitações de cargas impostas. “Internamente, já havia a certeza do bom desempenho do produto, o que nos foi confirmado”, completa.
“FOI COMPROVADO QUE O DESEMPENHO DO PAINEL ESTÁ DENTRO DO QUE IMAGINÁVAMOS E, EM ALGUNS QUESITOS, ATÉ ACIMA”, DENILSON RODRIGUES
Cada ensaio realizado aborda uma necessidade específica do produto. O procedimento de montagem das peças no laboratório foi acompanhado pela equipe do Grupo Isorecort. “Porém, no momento em que os testes acontecem, não é permitida a presença dos fornecedores. Isso garante a isonomia do trabalho”, informa Rodrigues, explicando que os parâmetros a serem atingidos nos ensaios são definidos por normas técnicas.
ENSAIO DE COMPRESSÃO CENTRADA DOS PAINÉIS
Os painéis monolíticos foram aprovados em todos os ensaios (foto: divulgação/Grupo Isorecort)
Entre todos os procedimentos realizados, um dos mais importantes foi o de a compressão dos corpos de prova. Nesse ensaio, a parede é montada com altura padrão, de modo a ficar sob prensa que exercerá nela uma carga concentrada e de intensidade controlada. A força vai sendo aplicada lentamente até a estrutura começar a apresentar qualquer tipo de patologia, como o surgimento de fissuras e/ou trincas, até alcançar o estágio de ruptura.
“A força aplicada é minuciosamente monitorada, através de sensores instalados em pontos estratégicos do painel. Quando surge qualquer sinal de patologia, esses números são registrados, indicando as cargas exatas em que a parede atingiu o seu limite, até o ponto de ruptura. Ou seja, com o acompanhamento preciso é possível indicar a partir de qual carga ocorrem certos tipos de patologia”, afirma o consultor. Com base no resultado, pode-se calcular o peso máximo das lajes e quantos andares seriam suportados sobre os painéis.
Os painéis monolíticos podem ser especificados em projetos de edificações diversas, inclusive com vários pavimentos, desde que sejam usados apenas como fechamento e não elemento estrutural. “Para alvenarias autoportantes, de acordo com a diretriz, o máximo admitido são duas lajes”, reforça.
VERIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO À SOLICITAÇÃO POR CARGAS SUSPENSAS (SVVIE – SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA E EXTERNA)
Para analisar a capacidade da parede de suportar peças suspensas, foi realizado o ensaio de mão francesa padrão. “Basicamente, consiste em fixar mãos francesas na estrutura, com o uso de buchas e parafusos.
Nesses apoios, são aplicadas cargas progressivamente (de 5 em 5 kg, até completar 80 kg) e realizadas leituras de deformação horizontal e residual, durante o período de 24 horas”, informa o profissional.
Verifica-se se as mãos francesas sofreram qualquer tipo de deslocamento em relação à posição original. “Nesse caso, há um limite de tolerância definido de acordo com a norma de desempenho ABNT NBR 15575”, informa Rodrigues. Esse tipo de ensaio assegura que é possível pendurar nos painéis desde um quadro até elementos mais pesados, como tanques ou pias. “Em outras palavras, o teste comprova a capacidade mínima de suporte”, completa.
RESISTÊNCIA A IMPACTOS DE CORPO MOLE (SVVIE – SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA E EXTERNA)
Outro ensaio realizado diz respeito à resistência da parede aos impactos de corpos moles. Nele, um saco de areia é posicionado a determinada altura e depois solto, realizando movimento pendular. Assim, ele irá colidir com a estrutura diversas vezes, e o laboratório analisa qual a reação dos painéis após receberem tal carga. É verificado se aparecem trincas, fissuras ou qualquer tipo de dano.
“Também é apurado se a parede sofreu qualquer deslocamento”, comenta Rodrigues. Esse ensaio averigua se a estrutura é confiável e capaz de suportar quando algum objeto ou pessoa colide contra ela.
VERIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA A IMPACTOS DE CORPO DURO (SVVIE – SISTEMA DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA E EXTERNA)
Ensaio semelhante é o que mede a resistência aos impactos de corpo duro. Nesse teste, o saco de areia é substituído por esferas de aço de 0,5 e 1 kg. “Elas são colocadas colocada a altura e distância pré-determinados e realizam movimentos pendulares para se chocar contra a parede por algumas vezes”, diz o consultor. O impacto da peça metálica marca a superfície da parede, formando mossas, porém não devem ocorrer fissuras e nem rompimentos.
RESISTÊNCIA A IMPACTO DE CORPO MOLE EM PORTAS
Preparação do teste de integração dos painéis monolíticos com portas e batentes (foto: divulgação/Grupo Isorecort)
A integração dos painéis com portas e batentes foi um dos quesitos analisados em laboratório. Para esse ensaio são usados batentes e porta padrões de madeira, fixados na parede da maneira tradicional.
“O teste respeita as recomendações de instalação feitas pelos fornecedores em seus manuais técnicos, medidas que também devem ser seguidas nas aplicações reais”, diz o especialista.
Após a montagem, a porta fechada recebe os golpes de uma esfera de couro de 30,6 kg, no sentido de abertura e fechamento, que realiza movimentos pendulares. “Simulando alguém tentando arromba-la”, compara Rodrigues. Enquanto os impactos acontecem, são medidos os efeitos de transmissão de carga para a alvenaria, verificando se aparecem fissuras. Também é aferida a eficiência da fixação dos batentes e se a porta se desloca ou realiza qualquer movimento que comprometa sua resistência.
FECHAMENTO BRUSCO DA PORTA
Ainda para comprovar a boa integração entre painel e porta, foi realizado o teste de fechamento brusco. A porta é posicionada aberta e em ângulo em relação ao batente, e fechada por meio da liberação de um saco de areia (15 kg) ligado ao trinco por um sistema de roldanas. A mesma ação é repetida 10 vezes, durante as quais é observado se há qualquer ocorrência que indique uma patologia. “Com isso, fica garantido que o sistema é capaz de manter seu desempenho ao longo de toda a sua vida útil”, diz o consultor.
Com as diversas batidas da porta, o batente não deve soltar da parede, fissurar ou o painel sofrer qualquer ação negativa. “No nosso caso, apesar de a porta ser de boa qualidade, ela apresentou pequenas avarias, ao contrário do painel monolítico, que se manteve íntegro”, destaca Rodrigues.
VERIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO SVVE À AÇÃO DE CALOR E CHOQUE TÉRMICO
O modo como o painel monolítico reage a mudanças de temperatura foi estudado com o ensaio de calor e choque térmico. O ensaio consiste em submeter uma das faces do painel a 10 ciclos sucessivos de calor e resfriamento. Para isso, uma estufa é acoplada à superfície da parede até sua temperatura atingir 80 °C. Após período de uma hora, é provocado choque térmico com o uso de jato de água fria, até a superfície atingir a temperatura ambiente. Assim, a peça sofre dilatação e contração, fenômenos que provocam o surgimento de fissuras.
“O teste simula a ação do sol intenso durante o dia e a ocorrência de chuva forte no final da tarde — cenário típico do verão. Foi constatado, também, que o painel é capaz de proporcionar ótimo conforto térmico para o ambiente interno”, complementa Rodrigues.
VERIFICAÇÃO DA ESTANQUEIDADE À ÁGUA EM VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA
No ensaio para determinar a estanqueidade do painel de vedação externo é analisado como a água afeta a parede. “Isso é feito com uma cortina de água, com vazão controlada, que atinge a estrutura com um jato d’água de maneira homogênea, por um período de sete horas contínuas, antes e após o envelhecimento (depois do ensaio de resistência ao calor e choque térmico), simulando a chuva”, explica o especialista. O lado oposto ao que foi molhado não deve ter qualquer mancha ou marca durante todo o teste. “Isso garante que não existem problemas de infiltrações”, finaliza Rodrigues.